Liverpool, 10 de janeiro de 2011
Hoje acordei olhando para o céu e vi nele toda a nossa história desenhada. Como em um filme ela passava em cada uma das nuvens que o vento carregava. E assim você aos poucos se foi...
Não irei dizer que foi só admiração. Talvez eu tenha te amado mesmo, como jamais amei outro alguém. Cada amor é único já diria algum poeta clichê desses, mas você, bom...você foi bem mais que isso. Você foi a manhã de muitos dos meus dias.
Quis transformar tudo isso em canção, mas era muito pouco tempo para tanta lembrança guardada, para tanta emoção, para tantos momentos bons que tive ao seu lado. Momentos simples, confesso. Que de nada importavam, mas que fizeram de você algo especial.
Hoje a nossa história quem escreve é a saudade. A falta daquele sorriso, de lado, dos pedidos de desculpas, das vezes que falava, quando falava dos seus sonhos, planos, projetos, dividíamos isso junto, sempre, acrescentando algum luxo, algum glamour. Mas nada me faz falta do que aquele seu olhar. Ah seu olhar, foi isso que me encantou. Talvez eu via uma vez ou outra alguma tristeza mas enxergava bem mais que isso neles. Sinto falta de como esperávamos mesmo a gente não acreditando, lá no fundo, que nada iria melhorar, que algo melhorasse. Esperança, talvez tenha sido essa sua melhor lembrança, que naquela nuvem maior que o vento com alguma dificuldade levava, ficou, além de me fazer crer no que já não acreditava mais. Foi um susto quando descobri o que realmente sentia por você. Mas sabia também que não poderia esconder e que você era quase que uma divindade, impossível de alcançar. E não poderia ter tido outra decisão que não a de desistir sem nem tentar.
As nossas canções não tocam mais, os momentos são só memórias agora. Não sinto mais ciumes nem inveja de quem possa estar ao seu lado. O tempo nos guiou para caminhos diferentes. Separados, e o amor que tive, bom, esse agora só posso dizer que um dia foi...
Com carinho, passado.
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