10 de março de 2014

Uma carta de mãe para mãe

Que o sistema presidiário brasileiro não é lá uma beleza isso ei de concordar. Mas, daí querer dar a presos as regalias que essas pessoas que acordam todos os dias para trabalhar e sustentar a família de uma forma digna, responsável e sem prejudicar quem quer que seja, não possuem é de lascar a paciência. Como por exemplo, o de receber comidinha de parentes, visita intima e colchão do bom e do melhor para dormir, enquanto que tem gente por aí que mal consegue dormir por causa das contas que tem que pagar ou porque o pouco dinheiro que batalha mal dá para comprar comida. E diante dessa opinião, vi no facebook da Cris Paiva, uma carta, onde uma mãe desabafa para outra mãe de SP, após te-la visto em um noticiário na TV, abordando justamente isso que acabei de expor.
Enquanto o Direitos humanos se preocupa com quem não esteve nem aí com outro ser humano na hora de matar, roubar, traficar e etc, há um bando de gente que precisa realmente desse apoio morrendo em filas de hospitais públicos e vendendo o almoço para comprar a janta.

DE MÃE PARA MÃE
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Vi seu enérgico protesto diante das câmeras de televisão, contra a transferência do seu filho, menor infrator, das dependências da FEBEM, em São Paulo , para outra dependência da FEBEM, no interior do Estado.
Vi você se queixando da distância que agora a separa do seu filho, das dificuldades e das despesas que passou a ter para visitá-lo, bem como de outros inconvenientes, decorrentes daquela transferência.
Vi também toda a cobertura que a mídia deu para o fato, assim como vi que não só você, mas igualmente outras mães na mesma situação que você, contam com o apoio de Comissões Pastorais, Órgãos e Entidades de Defesa de Direitos Humanos, ONGs, etc.
Eu também sou mãe e, assim, bem posso compreender seu protesto. Quero com ele fazer coro. Enorme é a distância que me separa do meu filho.
Trabalhando e ganhando pouco, idênticas são as dificuldades e as despesas que tenho para visitá-lo. Com muito sacrifício, só posso fazê-lo aos domingos, porque labuto, inclusive aos sábados, para auxiliar no sustento e educação do resto da família. Felizmente conto com o meu inseparável companheiro, que desempenha para mim importante papel de amigo e conselheiro espiritual.
Se você ainda não sabe, sou a mãe daquele jovem que o seu filho matou estupidamente num assalto a uma vídeo-locadora, onde meu filho trabalhava, durante o dia, para pagar os estudos à noite.
No próximo domingo, quando você estiver abraçando, beijando e fazendo carícias no seu filho, eu estarei visitando o meu e depositando flores no seu humilde tumulo, num cemitério da periferia de São Paulo...
Ah! Ia me esquecendo, e também ganhando pouco e sustentando a casa, pode ficar tranquila, viu, que eu estarei pagando de novo, o colchão que seu querido filho queimou lá na última rebelião da Febem.
Nem no cemitério, nem na minha casa, NUNCA apareceu nenhum representante destas "Entidades" que tanto lhe confortam, para me dar uma palavra de conforto, e talvez me indicar:"Os meus direitos"!

Se essa carta é verídica eu não sei. Mas o que me pergunto é: Direitos humanos, para quem, para quê e por quê?

Apenas tentando entender essa ''minoria'' sendo protegida enquanto que outras que precisariam mais estão como dizem o povo, A Deus Dará!