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Pierrot e Colombina |
Estamos em plena época de carnaval e mesmo não sendo muito fã da 'celebração' é impossivel não entrar no clima desta festa tipicamente européia. Sim! Européia, você não leu errado e vai descobrir o porque no decorrer desse texto.
Na verdade, o carnaval surgiu no século XI a partir da implantação da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres.
Em geral, o carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome francês Mardi Gras), último dia antes da Quaresma. Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é sinônimo de Carnaval. Já na antiguidade o Carnaval era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres, sendo que, o carnaval moderno, este que vemos nas avenidas do Rio e São Paulo, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.
E como toda festa tipica tem seus simbolos, o carnaval não poderia ser diferente, com suas figuras tipicamente francesas e incorporadas conforme o gosto brasileiro.
• Comecemos a falar de Pierrot e Colombina, um casal simbolo do carnaval. Pierrot, o triste palhaço apaixonado por Colombina, uma moça linda e inteligente, de humor rápido e irônico, sempre envolvida em intrigas e fofocas e apaixonada por Arlequim, seu amor impossivel.
• A serpentina- fita metálica ou de papel, colorida e um dos principais simbolos carnavalescos apareceu em 1893; é anterior ao confete, nos festejos de Momo.
Conta-se, que algumas telegrafistas francesas, no final do expediente, brincavam "lançando umas sobre as outras as fitas de papel azulado usado nos telégrafos da época".
Um industrial as observou, gostou da brincadeira, e criou a serpentina carnavalesca.
• Os
Bailes de Máscaras, também chamados de
Bailes à Fantasia ou
Bals Masqués foram os eventos precursores do carnaval moderno no Brasil.
Importados pela elite carioca, na primeira metade do século XIX, para fazerem frente ao conjunto de brincadeiras conhecido como Entrudo, os bailes marcaram a adesão da nova burguesia capitalista à folia e a incorporação ao carnaval brasileiro do luxo e sofisticação característicos das festas de Paris.
• O lança-perfume- No começo, uma brincadeira saudável e perfumada. Depois, por culpa de uma criatura que não sabia brincar, mudou-se a sua destinação e passou a ser considerado como droga, chegando também a virar música na voz de Rita Lee:
"Lança menina
Lança todo esse perfume
Desbaratina
Não dá prá ficar imune
Ao teu amor que tem cheiro
De coisa maluca..."
Em 1961, o Presidente Jânio Quadros, em boa hora, proibiu o seu uso em todo o território nacional. E por culpa do folião infrator, o lança deixou de perfumar a folia!
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O confete- Em 1892, os cariocas introduziram no seu carnaval, o confete, inventado no mesmo ano, em Paris. De repente, um banho de confete - Pequenas partículas de papel, em cores variadas- cobriam o folião, nas famosas e divertidas batalhas de confete.
• E por último, mas não menos importante, o Rei Momo- sendo considerado o dono do Carnaval, e quem comanda a folia, o rei momo surgiu nas festas de Carnaval da Espanha, onde é feita homenagens ao deus Momo. Este deus, possui uma personalidade zombeteira, delirante e sarcástica. Vindo da mitologia grega, ele é filho do sono e da noite, e acabou expulso do Olimpo - morada dos deuses - porque tinha como diversão ridicularizar as outras divindades.
Nota-se, que uma tradição onde todos acreditavam ser tipicamente brasileira, tem sua origem na Europa e que a única coisa a qual podemos dizer que é nosso, é o samba, que no tempo do império, os negros aqui escravizados, criaram para seus momentos de lazer, dando lhes o direito de serem conhecidos até hoje pelo belo gingado e samba no pé.