16 de janeiro de 2011

O garoto que dormia sorrindo


No sul de Portugal havia um garoto que de tão pobre que era, ele não tinha nem sonhos em sua mente, pois, pensava que se aparecesse um poderia vendê-lo para ajudar sua família.
João, ou apenas Jô como os seus amigos de rua o chamavam, era simples, de tão simples que era acreditava em tudo que lhe diziam. Acreditava que as nuvens eram feitas de algodão, que a terra tinha aquela cor escura, pois, quem a fizera gostava de tudo escuro e que as estrelas e a Lua eram coisas certamente colocadas por alguma costureira num manto de veludo azul marinho.
João levantava cedo para trabalhar. No auge de seus 10 anos de idade não ia a escola, mas ia a horta para ajudar seu pai colher o sustento da casa. Cícero, seu pai, mal havia conseguido terminar o segundo ano da pequena escola de Lisboa. Seu pai, avô de João, falecera cedo e ele como filho único teve o triste fardo de sustentar dona Joana, sua mãe.
Hoje, Cícero é casado com Laura, uma portuguesa gentil, lavadeira e muito batalhadora e que acima de qualquer coisa coloca João, Cássio e seu marido em primeiro lugar.
Apesar das dificuldades em que vivia, quando chegava a noite e o céu era coberto pelo tecido azul veludo e seus pequenos brilhos, João olhava a Lua e agradecia, crente que aquela maravilha que brilhava diante de seus olhos durante a noite era uma espécie de Deus. João, agradecia pela vida e pela família que tinha.
O dia era cansativo, afinal, passar um dia inteiro colhendo mandiocas, batatas, tomates e folhas de alface e couve para vender na feira do bairro, embaixo do sol que judiava de sua pele, era no mínimo exaustivo para aquele menino de apenas 10 anos. Porém, apesar de tudo isso, ao deitar-se João sorria. E sua mãe, dona Laura sempre comentava:

- Apesar de tudo, meu querido, apesar das dificuldades que enfrentamos, a maior riqueza que alguém pode ter, nosso filho nos dá toda noite. Este sorriso que ele dá ao dormir, parece estar em um mundo tão lindo, onde sua maior preocupação é apenas ser uma criança. 

Moral- Não importa o quanto o dia tenha sido difícil, ter  esperança que o próximo será melhor é o primeiro passo para a realidade mudar